quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Turismo brazilis: com viés econômico e pelo IBGE

Por falar em origens e um certo "pertencimento"...

Entre 2003 e 2009, renda gerada nas atividades de turismo cresceu 32,4%


Em 2009, as atividades características do turismo geraram renda (valor adicionado) de R$ 103,7 bilhões, um aumento real (descontando as variações de preços) de 4,6% em relação a 2008. Na série histórica, iniciada em 2003, o crescimento foi de 32,4%, contra 24,6% de aumento do total da economia.
Em 2009, as atividades características do turismo tinham 5,9 milhões de ocupações, o que representava 9,9% do total do setor de serviços e 6,1% do total da economia. Esse contingente foi 1,3% maior do que em 2008 e 10,5% maior em relação a 2003.
Em 2009, as atividades características de turismo pagaram R$ 48,8 bilhões em rendimentos (salários e outras remunerações), 4,8% do total do setor de serviços e 3,5% das remunerações da economia brasileira. O crescimento nominal (não descontas as variações de preços), desde 2003, foi de 117,7%, enquanto o total das atividades da economia teve crescimento nominal de 110,3%.
Essas e outras informações podem ser encontradas na publicação “Economia do turismo: uma perspectiva macroeconômica 2003-2009”, realizada em parceria com o Ministério do Turismo e que traz informações como a geração de renda e o número de postos de trabalho das atividades econômicas relacionadas ao turismo, inclusive o crescimento da renda gerada pelas atividades características do turismo desde 2003.

A coisa toda pode ser acessada original e diretamente na fonte

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Volta às Origens

Foi há coisa de 4 anos que este blogue ainda acompanhou o surgimento da Cactus e numa menção àqueles primórdios da UFSCar de Sorocaba, vai a saudação às turmas que começaram e mantém o Turismo em seu "bom nome". Então: prestigiem a 4a. Semana de Turismo na Universidade Federal sorocabana.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dica de "blog" inspirador pra urbanistas e planejadores de lazer e turismo

Soube deste Playground Designs através de fórum lá do Be Welcome. A dica é sobre a primeira, mas também vai uma recomendação para quem gosta de couch surfing: migre para o segundo link acima, acompanhe a vertiginosa evasão do C$, devido às novas resoluções unilaterais impostas nos termos e condições de filiação ao site do sofazinho que desguardaram uma série de prerrogativas de privacidade e uso de informações e que são o caminho para traduzir-se em venda do conteúdo e rentabilidade do antes "comunitário" surf. Se você se preocupa com isso, antes que aconteça de fato, é melhor se prevenir.

De volta aos playgrounds, é impressionante a constatação de que não há maior interesse em se investir nisso em terras brasilicônicas. Nas praças a céu aberto de sua cidade, por exemplo, tudo é uma beleza ou há um ou outro brinquedinho apenas, invariavelmente mal cuidado, quando não  deteriorado até a ponto de se tornar perigo iminente para a criança mais desavisada. Se este texto fala bobagens, por favor, manifeste-se.

Diz-se que nos EUA, a coisa é "parecida", não há essa atenção com relação aos brinquedinhos em espaços públicos porque o lance é entertainment e portanto, deve ser pago, pois pagando, tudo é bom, o privado é que é de qualidade, Valdisney world my brother!

Que seja, aqui, a coisa é mais embaixo: é descaso mesmo, não só de governantes, de cidadão que também não quer nem saber de nada ou que acha que a vida não é pra brincar, então, aceita a ideia de que o lance é só trabalhar e rezar, passivamente, como lhe foi incutida a lógica perversa de alienação: tudo vira um pRayground e com sorte e se SeuDeus quiser, dá até pra comprar uma diversãozinha pois todomundoé fiodedeus e botar um silicone em várias prestações.

Enquanto isso lá na Romênia... nas fotos abaixo, playgrounds em áreas abertas, numa cidade que é metade de Ribeirão Preto: Cluj Napoca é centro de referência universitária na região, segunda cidade de um país com dimensões que se assemelham aos contornos territoriais do Estado do Paraná. Acrescente-se mais a área do Estado do Rio de Janeiro e então temos, o tamanho do que é a Romênia, um país com um PIB grosso modo igual que a destes dois mencionados estados brasileiros somados. Não parece ser dinheiro a questão para se ter ou não mais playgrounds para a comunidade.










E enquanto isso, em Ribeirão Preto ou em São Luís do Maranhão...
Existe na cidade do desgastado e equivocado epíteto de califórnia brasileira um parque prestigiado pela classe média "plus" e emergente conhecido como Curupira. Lá não há playgrounds, como na maioria das praças pela redondeza. Ultimamente, naquele parque que era uma pedreira, nem aparelhos de ginástica ou circuito de atividades aeróbicas estão vistosos. E tem campanha eleitoral alusiva à implantação das tais academias ao ar livre... nada contra a finalidade saudável da coisa, mas vão cuidar e dar manutenção, além de certa orientação para a prática correta, nesse locais em que tais geringonças já foram instaladas? Quanto a prometer que o projeto se estenda para TODAS as praças da cidade, alguém acredita? Não seria mais eleitoralmente oportuno, ainda que oportunista, se propor a realização de mais playgrounds? Num município em que muitos de sentimento bairrista megalomaníaco se gabam de ter (esquecem -se de que é com a população flutuante inclusa) coisa que beire 1 milhão de gente, talvez fosse necessário dar mais atenção às criancinhas e seu desenvolvimento lúdico... coisa que na Jamaica Brasuca, capital maranhense que sem dúvida tem porte de malha urbana com mais de 1.000.000 de pessoas, infelizmente, também não se viu dar maior atenção, já que em comemoração aos seus 400 anos de história, o que mais chamou a atenção foi o odor fétido proveniente da Lagoa da Jensen, os brinquedos quebrados e os toaletes de praça indescritiveis naquele que é um ponto turístico da ilha e não as atrações musicais encomendadas para a festa. Ainda é tudo uma questão para satisfazer o povo com um pouco de circo. Pena, sairia mais barato, preparar as crianças para malabarismos, em playgrounds com boas condições de uso. Cresceriam mais saudáveis, sem que governantes tenham de apelar para tanto exibicionismo circense.




sexta-feira, 13 de abril de 2012

Our human heritage: who cares anyway?

Juliana Paes, quem sabe você se sensibilizou mesmo que um pouquinho e dá uma forcinha, aproveitando que ultimamente dependemos muito mais de celebridades das artes e não do meio político? Globo, vai fazer algo pelo nosso patrimônio cultural ou de seu mato só se soltam as capivaras pasteurizadas?

São Raimundo Nonato, 7 de março de 2012


Senador Eduardo Matarazzo Suplicy


Senhor Senador,


Neste texto farei uma síntese do que é o Parque Nacional Serra da Capivara, seu papel no desenvolvimento sócio econômico da região sudeste do Piauí e os problemas que enfrentamos. Peço-lhe que o apresente à Presidente Dilma Rousseff, solicitando que ela nos conceda uma audiência, ou, melhor ainda, que ela venha conhecer a Serra da Capivara. O Parque foi palco de importantes eventos internacionais, aqui foram abertas as comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil.


Desde 1973 realizo pesquisas nesta região. Inicialmente tratava-se de uma missão arqueológica do governo da França, pois eu era professora da École des Hautes ètudes em Sciences Sociales, em Paris. Iniciei minha carreira no Museu Paulista da USP, mas, em 1965, tive que partir para a França, como consequência da tomada do poder pelos militares.


O tema da pesquisa, na região, foi definido como “ O Homem no sudeste do Piauí, da Pré-História aos dias atuais. A interação Homem-Meio”, com um enfoque interdisciplinar. Em 1978, ao fim dos trabalhos de campo, enviamos um relatório ao governo brasileiro, relatando a riqueza da região, seus sítios com pinturas pré-históricas e a necessidade de proteger todo esse patrimônio.


Em 5 de junho de 1979 foi criado o Parque. As características que mais pesaram na decisão da criação do Parque Nacional são de natureza diversa:


- ambientais - o Parque Nacional Serra da Capivara é o único Parque Nacional situado no domínio morfoclimático das caatingas, a unidade abriga fauna e flora específicas e pouco estudadas. Trata-se, pois, de uma das últimas áreas do semi-árido onde há
importante diversidade biológica;


- culturais - na unidade existe uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres, nos quais se encontram vestígios extremamente antigos da presença do homem (100.000 anos antes do presente).
Atualmente estão cadastrados 1.315 sítios, entre os quais, 1029 apresentam pinturas rupestres, sendo os outros sítios, acampamentos ou aldeias de caçadores-coletores, aldeias de ceramistas


- agricultores, acampamento, sítios funerários e, sítios arqueo-paleontológicos;


- turísticas - com paisagens de uma beleza natural surpreendente, com pontos de observação privilegiados. Esta área possui importante potencial para o desenvolvimento de um turismo cultural e ecológico, constituindo uma alternativa de
desenvolvimento para a região.


Depois de criado, o Parque Nacional ficou sem proteção, nem manutenção. Análises comparativas das fotos de satélite evidenciaram esse fato.Durante este período a Unidade de Conservação foi considerada “terra de ninguém” e como tal, objeto de depredações sistemáticas. A destruição da flora tomou dimensões incalculáveis. Em razão dessa situação os pesquisadores da cooperação científica bi-nacional (França-Brasil), decidiram, em 1986, criar a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) em São Raimundo Nonato Estado do Piauí, uma entidade científica, filantrópica, uma sociedade civil, sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública estadual
e federal e cadastrada no Conselho Nacional de Assistência Social.


A partir de 1989 a FUMDHAM iniciou os trabalhos de um projeto de desenvolvimento sócio-econômico. Em 1991, a UNESCO, pelo seu valor cultural, inscreveu o Parque Nacional na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade. A apresentação do
pedido de inscrição foi, por solicitação do Ministério de Relações Exteriores, elaborada e apresentada na Conferência Geral da UNESCO por Niède Guidon, diretora da FUMDHAM. A UNESCO considerou a FUMDHAM como responsável pela preservação dos sítios arqueológicos. Neste mesmo ano, a pedido do governo brasileiro, Niède Guidon foi cedida pelo governo francês para elaboração e implementação do plano para a proteção desse patrimônio mundial.


Em 1993 obtivemos o auxilio do Banco Interamericano de Desenvolvimento que enviou técnicos que analisaram a região e entregaram um relatório no qual explicavam que a agricultura nunca seria economicamente sustentável, em razão do solo ser raso, arenoso, pedregoso, com muito sal. Mas que o turismo seria a solução que poderia mudar completamente o destino da população local, então extremamente pobre.

Esse relatório foi enviado ao governo brasileiro.


Contratamos uma firma suíça que fez um estudo detalhado do potencial turístico, tendo indicado que o número de turistas, naquele ano, seria de 3 milhões. Em 1995 obtivemos financiamento do mesmo Banco para construir a infraestrutura para
proteção e para a visitação do Parque Nacional.


O Parque Nacional foi considerado pela UNESCO, em 2011, como o mais bem estruturado do mundo entre os sítios do patrimônios culturais mundiais de arte rupestre.


Mas, hoje, não temos mais condições para manter o Parque sem um orçamento fixo. O Instituto Chico Mendes tem somente um funcionárioe um pequeno numero de guardas, terceirizados. Um só veículo. O IPHAN tem também uma funcionária na cidade, um veículo, mas não tem verbas para poder atuar.


A FUMDHAM, que chegou a ter 270 funcionários, tem hoje somente 130. Das 28 guaritas, construídas no entorno de todo o Parque, somente 14 estão funcionando. Estradas, passarelas para visitação, o Centro de Visitantes e as próprias guaritas não podem ser mantidas como deveriam.


Pela lei Rouanet, recebemos, regularmente, recursos da Petrobrás, mas os mesmos não são suficientes para cobrir todas as despesas. Para poder manter o Parque, sua infraestrutura, proteger a fauna, manter os sítios de pinturas rupestres
limpos de modo a evitar a propagação de incêndios e a destruição das pinturas, precisaríamos de um orçamento fixo de R$ 380.000,00 mensais.


Conhecendo a dificuldade em obter recursos fixos, a FUMDHAM investiu para tornar o Parque auto sustentável. Em 1996, havia sido criado o aeroporto internacional Serra da Capivara e, em 1997 foram liberados os recursos para iniciar sua construção. Mas até hoje o aeroporto ainda não está terminado, as obras estão paradas neste momento.


Há interesse de empresas estrangeiras em investir em infraestrutura hoteleira nas vizinhanças do Parque. A diretoria da Avianca nossolicitou informações, pois desejavam criar uma linha até o aeroporto “Serra da Capivara” em São Raimundo Nonato. Mas sem o aeroporto tudo isso não se tornou realidade. Informamos por oportuno que foi construída a pista do aeroporto e o terminal está parcialmente construído, faltando apenas o seu acabamento e a infra-estrutura necessária para o seu funcionamento.


Do Instituto Chico Mendes recebemos R$ 1.214.364,83 em 2010 e nada em 2011. Uma renovação da Parceria, como uma previsão de R$ 2.691.120,00 para 24 meses está em tramitação. Do Ministério da Cultura, salvo as autorizações de captação de recursos pela Lei Rouanet, somente recebemos, em 2008,R$ R$ 500.000,00.


O que permitiu manter o Parque, apesar dos cortes no número de funcionários e a impossibilidade de conservar corretamente a infraestrutura, foi a doação da Petrobrás de R$ 1.618.745,05, em 2011. Mas esses recursos terminaram e as previsões para 2012 não serão suficientes.


A necessidade de um orçamento fixo é imperiosa, seria lamentável renunciar a tanto trabalho e investimento passado e a um rico futuro em todos os aspectos.


Agradecendo a atenção apresento a Vossa Excelência minhas respeitosas saudações,


Niéde Guidon

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Turismólogas, turismólogos, bacharéis em turismo que não se assumem como tanto, deste Brasil ill ill

Atenção: guardem bem a data de ontem, 19/01/2012, quando publicado em diário oficial, sancionada pela nossa presidente Dilma, a lei de número 12.591. Veremos, o que daqui mais uns 10 anos isto vai virar...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O quanto um artista/ banda tem da sua devoção?

Já passou do estágio de apenas ter as músicas, conhecer o primeiro trabalho discográfico de um músico do começo ao fim, seus vídeos e ir um par de vezes às apresentações ao vivo deste em sua própria cidade?

Então, provavelmente, já foi à cidade vizinha também para conferir sua performance e eventualmente, já viajou, ficou mais de um dia fora de sua casa, para cumprir com seu compromisso de fã. Para além disso, já seguiu uma parte considerável de uma turnê dele pelo país ou foi além, até onde este ídolo dava seus shows pelo exterior? Parabéns, são de fãs assim que esses artistas devem a sustentação de suas rotinas artísticas.

A atividade turística de culto é relativamente conhecida enquanto seu viés mais religioso e há tempos existe razoável material descritivo a respeito. Já para essa religião pos-moderna do culto artístico, do qual a cena musical é a mais proeminente são mais raras as fontes documentais de uma abordagem que quantifique ou qualifique de forma mais abrangente todo esse fenômeno.

E mesmo que você, enquanto fan(ático ou ática), seguidor(a), admirador(a), tiete, qual nome que julgue melhor para seu prazer em cultuar tal artista, mesmo não se enxergando como um(a) adorador(a), nem admita que seja alguma devoção, quanto mais, "religiosa"; pois, mesmo que leve em mente a letra da canção que diz "No Bad Religion song make your life complete", uma vez envolvido(a) com essa experiência de estar presente onde este(s) artista(s) estiver(em) atuante(s), você é um(a) turista diletante. Mesmo que não goste do termo turista e prefira viajante. É mesmo?

Mas então, vamos aonde se quer chegar: talvez você seja mais que isto, você seja o(a) próprio(a) artista e que nada disso lhe seja qualquer novidade. Ou talvez que, apesar de não ser exatamente, um ídolo, uma estrela, você se envolva em relações trabalhistas com alguém ou pretende que sua relação com o(a) artista seja até algo mais profissional.

É aí que está sua chance de (tentar) conciliar labuta e prazer. Passa da hora de mais gente explorar o filão de turismo ligado à musica, sobretudo o receptivo para toda a equipe dos artistas, the star(s)included of course, internacionais aqui no país. Se estes estão a trabalho e então, tecnicamente, em turismo de negócios, os mesmos não estão trabalhando 24h pelas datas que efetivamente cubram na agenda, em nossas terras e até de nossos vizinhos e, certamente, muitas vezes, podem antecipar e/ou esticar o fim da estada nos destinos para as tais atividades discricionais, o gozo de tempo livre.

Portanto, aproveite que já demonstrou conhecer mais de seu potencial cliente para organizar-lhe um caprichado roteiro, tailor made e ofertar-lhe, seja como uma sugestão em gratidão ao que o artista lhe representa, seja para além de propor-lhe, operacionalizar toda a parte que lhe caiba enquanto um expert em turismo e da trilha sonora desta sensacional jornada. Se, em geral, já gostam da plateia brasuca, o que dirão, conhecendo muito mais do Brasil?