sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dica de "blog" inspirador pra urbanistas e planejadores de lazer e turismo

Soube deste Playground Designs através de fórum lá do Be Welcome. A dica é sobre a primeira, mas também vai uma recomendação para quem gosta de couch surfing: migre para o segundo link acima, acompanhe a vertiginosa evasão do C$, devido às novas resoluções unilaterais impostas nos termos e condições de filiação ao site do sofazinho que desguardaram uma série de prerrogativas de privacidade e uso de informações e que são o caminho para traduzir-se em venda do conteúdo e rentabilidade do antes "comunitário" surf. Se você se preocupa com isso, antes que aconteça de fato, é melhor se prevenir.

De volta aos playgrounds, é impressionante a constatação de que não há maior interesse em se investir nisso em terras brasilicônicas. Nas praças a céu aberto de sua cidade, por exemplo, tudo é uma beleza ou há um ou outro brinquedinho apenas, invariavelmente mal cuidado, quando não  deteriorado até a ponto de se tornar perigo iminente para a criança mais desavisada. Se este texto fala bobagens, por favor, manifeste-se.

Diz-se que nos EUA, a coisa é "parecida", não há essa atenção com relação aos brinquedinhos em espaços públicos porque o lance é entertainment e portanto, deve ser pago, pois pagando, tudo é bom, o privado é que é de qualidade, Valdisney world my brother!

Que seja, aqui, a coisa é mais embaixo: é descaso mesmo, não só de governantes, de cidadão que também não quer nem saber de nada ou que acha que a vida não é pra brincar, então, aceita a ideia de que o lance é só trabalhar e rezar, passivamente, como lhe foi incutida a lógica perversa de alienação: tudo vira um pRayground e com sorte e se SeuDeus quiser, dá até pra comprar uma diversãozinha pois todomundoé fiodedeus e botar um silicone em várias prestações.

Enquanto isso lá na Romênia... nas fotos abaixo, playgrounds em áreas abertas, numa cidade que é metade de Ribeirão Preto: Cluj Napoca é centro de referência universitária na região, segunda cidade de um país com dimensões que se assemelham aos contornos territoriais do Estado do Paraná. Acrescente-se mais a área do Estado do Rio de Janeiro e então temos, o tamanho do que é a Romênia, um país com um PIB grosso modo igual que a destes dois mencionados estados brasileiros somados. Não parece ser dinheiro a questão para se ter ou não mais playgrounds para a comunidade.










E enquanto isso, em Ribeirão Preto ou em São Luís do Maranhão...
Existe na cidade do desgastado e equivocado epíteto de califórnia brasileira um parque prestigiado pela classe média "plus" e emergente conhecido como Curupira. Lá não há playgrounds, como na maioria das praças pela redondeza. Ultimamente, naquele parque que era uma pedreira, nem aparelhos de ginástica ou circuito de atividades aeróbicas estão vistosos. E tem campanha eleitoral alusiva à implantação das tais academias ao ar livre... nada contra a finalidade saudável da coisa, mas vão cuidar e dar manutenção, além de certa orientação para a prática correta, nesse locais em que tais geringonças já foram instaladas? Quanto a prometer que o projeto se estenda para TODAS as praças da cidade, alguém acredita? Não seria mais eleitoralmente oportuno, ainda que oportunista, se propor a realização de mais playgrounds? Num município em que muitos de sentimento bairrista megalomaníaco se gabam de ter (esquecem -se de que é com a população flutuante inclusa) coisa que beire 1 milhão de gente, talvez fosse necessário dar mais atenção às criancinhas e seu desenvolvimento lúdico... coisa que na Jamaica Brasuca, capital maranhense que sem dúvida tem porte de malha urbana com mais de 1.000.000 de pessoas, infelizmente, também não se viu dar maior atenção, já que em comemoração aos seus 400 anos de história, o que mais chamou a atenção foi o odor fétido proveniente da Lagoa da Jensen, os brinquedos quebrados e os toaletes de praça indescritiveis naquele que é um ponto turístico da ilha e não as atrações musicais encomendadas para a festa. Ainda é tudo uma questão para satisfazer o povo com um pouco de circo. Pena, sairia mais barato, preparar as crianças para malabarismos, em playgrounds com boas condições de uso. Cresceriam mais saudáveis, sem que governantes tenham de apelar para tanto exibicionismo circense.