segunda-feira, 1 de setembro de 2014

(Já que) fala-se tanto em mobilidade...

... só batendo muito a cabeça...

Quando se pensa na questão do ir e vir, mais do que em termos do direito do cidadão, seja este o residente ou o turista, precisamos reclamar como esse serviço se (nos) apresenta. E a coisa vai mal quando se sabe que a prestadora desta suposta facilidade, quer dizer, do tal recurso (pois um termo como facility, não é condizente em nossa realidade) não ajuda nem no trato da própria força de trabalho para que este  e deste "bem" possamos nos servir adequadamente.
Pois, eis que este é o caso de Sorocaba, onde, a despeito de ser uma das poucas cidades paulistas com razoável extensão de ciclovias, comparativamente às demais localidades brasileiras de mesmo porte, tem essa questão da mobilidade urbana administrada pela Urbes, que precisa aprender primeiro a tratar seus próprios funcionários com mais dignidade. Segue abaixo, o exemplo recente, de uma lição, recebida à contragosto e que o desfecho favorável ao empregado, sirva de exemplo em mais lugarejos tupiniquins.
Ribeirão Preto é outra dessas cidades que precisam aprender muito neste quesito do "o que se quer" para que o deslocamento de pedestres, ciclistas, motociclistas e motorizados de todo tipo não colapse dentro em bem breve. Entregar isto para uma Transerp, que há muito se figura como entidade pseudo pública, eminência tal qual a cor do Pardo de muitas administrações, é a receita para o maior dos desastres. Que dizer de uma prolongada discussão inepta sobre se o sistema a ser adotado para controle de catracas eletrônicas nos parcos coletivos da Ritmo deve ser por reconhecimento digital ou facial... mais da dinheirama mal direcionada...
E, enquanto, isto, Helsinki, na singela Finlândia, anuncia para 2025, a quase desnecessidade de uso do automóvel... também Nova Iorque, para pensar grande de verdade, tem lá suas reflexões... tudo que e é preciso para se tentar  soluções. Algo para ser lido em detalhes nestes dois posts da Archdaily: aqui em Helsinki e aqui em New York

Mas, voltando à nossa realidade brasuca, em Sorocaba...

O Ministério Público do Trabalho divulgou no dia 27 a condenação de multa de R$ 50 mil à Empresa de Desenvolvimento Urbano e Social de Sorocaba (Urbes), por demitir um funcionário por “discriminação estética”. A vítima do caso é o vocalista e baixista da banda Lecher, Juliano Afonso Costa Xavier, que foi impedido de exercer o cargo de agente de trânsito por conta de seus cabelos compridos.
Xavier disse que sofreu com o processo: “É lamentável que eu tivesse de passar por isso dentro da própria administração pública. O que esperar de um governo com essa orientação? Felizmente, a justiça foi feita”
O órgão público também denunciou a existência do regulamento interno da Urbes, que proíbe que agentes usem “adornos, piercings e tatuagens que possam prejudicar a apresentação pessoal, bem como, o uso de brincos no caso de agentes do sexo masculino” ou “apresentar-se ao serviço com costeleta, barbas ou cabelos crescidos, bigode ou unhas desproporcionais”. Devido ao regulamento, a empresa foi condenada por danos morais coletivos e deve destinar os R$ 50 mil em prol da comunidade.
O vocalista diz que quer o seu trabalho de volta: “Compreendo que tenho o direito de voltar mesmo cabeludo e eu quero voltar. Quero ser o amarelinho cabeludo”.
essa notícia, extraída diretamente de onde o headbanging não para: WikiMetal

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